sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Em nome da vaidade

Em nome da vaidade


     Em nome da vaidade humana, vários animais morrem para que possam ser confeccionados os glamorosos casacos de pele. Eles são retirados de seu habitat, aprisionados em gaiolas minúsculas sob maus cuidados para que posteriormente sejam asfixiados, eletrocutados e entre outras práticas para que o estilo de morte não danifique o pelo, e em alguns casos é apenas um desmaio e os animais acordam quando ainda estão sendo esfolados.




Para fazer um casado de pele médio são necessárias 100 chinchilas.


     O ser humano pouco se importa quantos animais terá de matar para satisfazer sua luxúria, afinal, são só animais. Mas são “somente” animais? O que faz de nós humanos melhores que qualquer outro animal, afinal, somos tão animais quanto nosso cachorro, gato e até mesmo os coelhos e as raposas que morrem para que sua pele fique guardada no guarda-roupas de alguma madame.

     Alguns certamente me perguntarão: “mas o que isso tem a ver com conscientização social e alienação?”. Eu diria que tudo. Viver em sociedade não é apenas viver entre outros humanos. Nós vivemos entre outros animais também. Nós nos comunicamos de alguma maneira ou outra com eles e o fato de sermos animais racionais não nos faz melhor que eles e muito menos os excluem do nosso convívio, e a propósito, a cada dia estão mais ligados a nós. Os cachorros e gatos domésticos, por exemplo, são tratados como seres humanos atualmente, há leis contra maus tratos a eles. E os outros animais como ficam? Por que a lei não se estende a estes animais também? E mesmo tendo uma lei contra maus tratos, ainda são abandonados como se não fossem nada a além de um pedaço de pele, o que para os assassinos de raposas, chinchilas, coelhos e outros, devem ser apenas.

     O modo de sobrevivência de alguns animais são os pelos, as unhas que os protegem, a visão, o olfato e a audição aguçados. E nós humanos? Somos os animais que foram desprovidos de tudo isso e que a nossa forma de sobrevivência veio a ser o raciocínio e que, em minha sincera opinião, a usamos muito mal.

     Li num livro certa vez que houve um assassino que matava pessoas, comia suas carnes e com suas peles fazia abajur. Terrível, não é mesmo? Por que então matar animais para jogar suas carnes fora e usar suas peles por cima das nossas não soa tão assustador?



Alienados, uni-vos!
 






Autora: Pauline Marcela Fabrício da Silva Gomes
Estudante de graduação em Psicologia - PUCRS
pauline.gomes@acad.pucrs.br

Um comentário:

  1. Gostaria de deixar bem claro o seguinte: esse comentário não é dedicado apenas a essa última postagem:

    Li a maioria das postagens dos Psicoalienados e devo dizer que gostei muito da maneira como os assuntos foram abordados, relacionando conhecimentos em parte (ainda) desconhecidos pela minha pessoa com acontecimentos do nosso dia-a-dia. Os textos induzem à reflexão no leitor, além de serem excelentes para um debate mais aberto.

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