sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Homeless - Um Retrato do Abandono

Homeless - Um Retrato do Abandono

       De acordo com o CENSO do IBGE, há cerca de 192 milhões de habitantes no Brasil. Entre 0,6% a 1% são população de rua, em números há até 1,8 milhões de moradores de rua (ou em estado de rua).

       Não há uma faixa etária para moradores de rua, vai desde crianças a idosos.  Motivos por estarem nessa situação são diversos: abandono, situação econômica desfavorável, condições psicológicas precárias, entre outros. Independente do motivo pelo qual aquela pessoa se encontra em tais condições, são todas vistas da mesma forma pela sociedade, alias, eu diria não vistas pela maioria. Alguns fingem que não veem, outros sentem pena e não sabem o que fazer a respeito, alguns inclusive até acham que foi bem feito para aquela pessoa e dizem que ela está ali porque quer e esquecem de ver a complexidade que tem por trás daquela pessoa, daquela história. Já ouvi alguém dizer que eles estão naquela situação por que são pessoas de mente fraca que aceita aquelas condições e que não querem fazer nada a respeito, que poderiam arrumar um emprego e aos poucos sair dali. Algumas pessoas têm oportunidade de se livrar daquele estado, outras não tem tanta sorte. A questão do trabalho é muitas vezes negada porque os empregadores têm medo dessas pessoas, nojo ou pena e conviver com elas significa ter que sentir aquele desconforto, fora que o mercado de trabalho atualmente exige cada vez mais capacitação profissional vinda de diplomas e experiências anteriores. Essas e outras circunstâncias tiram a oportunidade dessa pessoa de empregar-se. Alguns deles recorrem às drogas e práticas ilegais para conseguir alimento. A sociedade os põem naquela situação, no abandono, em não dar apoio seja de ordem financeira ou psicológica.

       De acordo com Dallari a respeito dos Direitos Humanos, toda pessoa humana tem o direito de que as suas necessidades essenciais sejam atendidas e que tenha uma vida com dignidade para que possa se tornar útil à sociedade e para que possa colher os benefícios que a vida em sociedade pode lhe proporcionar. Agora eu me pergunto: Onde estão os Direitos Humanos dessas pessoas?

       Como inspiração foi usado o clipe da música Saving Us do cantor Serj Tankian, vocalista da banda System Of A Down.







       Algumas das palavras que aparecem no clipe estão respectivamente traduzidas abaixo.

HOMELESS – sem casa
GAMBLING – jogos de azar
PHARMACEUTICALS – produtos farmacêuticos
TERRORISM – terrorismo
REHAB - Reabilitação
STEM CELL RESARCH – pesquisa de células tronco
BIG BUSINESS – grande negócio
ANIMAL TESTING – teste em animais
BOTTLED WATER – água engarrafada
LOVE – amor
FREEDOM – liberdade
N.R.A. (National Rifle Association) - associação que dá direitos aos cidadãos dos EUA a ter armas de fogo
SUCCESS – sucesso
IMMIGRATION - imigração
MARRIAGE – casamento
NUCLEAR TESTING – testes nucleares

GREED – ganância
FEAR – medo
FATE – fatalidade
CHOICE – escolha
CONSUME – consumir
DREAM – sonho
FIGHT – briga
ABUSE – abuso
LUST – luxúria
MARTYR – mártir
DECEIT – engano
WASTE – desperdício
DEBT – dívida
CONFESS – confessar
LOST – perda
DESTINY – destino

WAR – guerra
LEGALIZE MARIJUANA – legalizar a maconha
RELIGION – religião
DIVORCE – divórcio
FBI
CIA
TAXATION – imposto
LIPOSUCTION – lipoaspiração
EDUCATION – educação
GAY RIGHTS – direito dos homossexuais
FAITH – fé
HOPE – esperança

 Alienados, uni-vos!
 




Autor: Pauline Marcela Fabrício de Silva Gomes
Estudante de graduação em Psicologia - PUCRS
pauline.gomes@acad.pucrs.br

3 comentários:

  1. Cada pessoa em situação de rua tem uma história pra contar e cada história é única.
    O que eu vejo nesses casos, é a sociedade a serviço das instituições e não o contrário.

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  2. Serj Tankian é uma pessoa que direciona suas música e clipes aos problemas sociais, uma coisa cada vez mais difícil de se ver no mundo da música, o que é uma pena, porque esse tipo de música e clipe nos faz refletir e olhar para o social.

    Como foi muito bem colocado no post, muitas pessoas dizem que há trabalho para quem quer trabalhar, esquecendo-se que a competitividade e as exigências no mercado de trabalho estão cada vez maiores, que o capitalismo, o consumismo e todas as políticas adotadas pela sociedade excluem cada vez mais as pessoas que estão com dificuldades financeiras e vão parar na rua ou as que estão na rua desde sempre ou que estão na rua por outros motivos, como as drogas, cada vez mais baratas e fáceis de conseguir. Aliás, as drogas, cada vez mais têm levado pessoas às ruas. Então essas pessoas são marginalizadas, pois ninguém pensa(e muito menos pergunta a elas) em como começaram a consumi-lás e que essas substâncias produzem uma DEPENDÊNCIA biológica E PSICOLÓGICA. Como foi dito, ninguém pensa na complexidade e na singularidade dessas pessoas. Acho que muitos nem os enxergam como pessoas...

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  3. As pessoas fingem que não veem justamente por aquela questão de alteridade, pena que isso não motive muitas pessoas a fazer algo a respeito ou passar a tratar aquela pessoa como pessoa humana que ela é. Não existem direitos humanos para pessoas nessas condições, o governo tão pouco se importa com isso, afinal os próprios direitos já estão conservados, o resto pouco que se lixe. Nisso entra também a questão do individualismo que recentemente a Simone falou a respeito e também engloba muitas outras, que se formos fazer linques e discutir a respeito, veremos que a questão é muito mais complexa do que estudamos e temos noção e a solução parece inexistente, mas acho que acima de tudo, se todos se conscientizarem ou pelo menos o número maior de pessoas, já será meio caminho andado. Há muitas pessoas com um grau de escolaridade avançado, mas que mesmo assim a ignorância não os abandona. Conscientização é o princípio de tudo. Não seja alienado.

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